2 de abr. de 2009

O Instinto Masculino

Minha bisavó dizia: “Homem é mesmo assim”. Minha avó dizia: “Ele é homem, não é como as mulheres”. Minha mâe dizia: “Homem sempre foi e sempre será assim”. Se fizermos uma conta, podemos afirmar que há bons anos ouvimos estes mesmos discursos, todos dando liberdade aos homens de se comportarem de acordo com o “instinto masculino”. Este “instinto” é aquele instinto animal de que todos falam. Sempre achei um pouco perigoso pensar que temos o “instinto animal”. Não gosto deste “animal”. será que realmente somos como nossos cachorrinhos?
Daí eu te pergunto: quando aquela gostosa do bairro passar por você num dia ensolarado, vestindo uma mini saia e blusinha que salienta fartos seios, o que você faz? E se ela passar por você e lhe der uma piscadinha? Sairia você atrás dela, correndo com saliva na boca e falo na mão e a possuiria no meio de uma rua movimentada?
Se uma cadela no cio passasse em frente de um cachorro qualquer e deixasse que ele a cheirasse, aposto que o cachorro a possuiria no mesmo momento. É seu instinto animal, não?
Tanta volta para falar como a sociedade trata o tema do “instinto masculino”. Acho que homens são diferentes dos animais. Diferentemente, homens têm controle sobre seus atos. Homens não são seres salivantes que ficam eretos assim, de repente. A não ser quando acordam pela manhã e se deparam com tal situação.
Quando a sociedade diz “homem é assim mesmo”, acredito que damos a eles a possibilidade de não respeitar seus pares. É bem cômodo apelar para o “instinto masculino” para justificar puladas de cerca. Sendo assim, o tempo passa, os homens arrumam desculpas para sua própria desonestidade. Pessoas são magoadas.
Provavelmente não estarei vivo para ouvir homens comentando uns com os outros sobre o “instinto feminino”.

31 de mar. de 2009

Minha Vida de Stripper

Não se assustem. Não virei stripper. Meu corpo não seria capaz de atrair nenhum centavo. Estou falando sobre um livro com este título. MINHA VIDA DE STRIPPER. Tinha visto uma matéria sobre este livro que foi escrito pela roterista Diablo Cody na revista Piauí. Diablo é a premiada roteirista do filme Juno, e em 2005 havia publicado este livro falando sobre uma fase de sua vida quando trabalhou como Stripper nos EUA. Depois de muita procura consegui comprar um exemplar do livro e foi só começar para eu não conseguir parar. Umas 200 páginas devoradas como se fosse um canibal curioso pela vida dos outros. Não me chamem de fofoqueiro, ok!!!! Risos. O que mais gostei ao ler o livro foi perceber que aqueles que trabalham na indústria do sexo, e são chamados de amorais, pervertidos, entre outras coisas, são os mais lúcidos. Se minha avó fosse viva, diria que as histórias ali relatadas seriam CABELUDAS. Distintos trabalhadores, cobertos por tecidos nobres, são coadjuvantes de histórias tão absurdas e bizarras que minha maluca imaginação não poderia criar. a moça que tira sua roupa em troca de uns dólares é no fundo a mais "normal", a mais sã de todos. Mas pelo simples fato de ela tirar a poupa para ganhar sua graninha, é taxada com os piores adjetivos. Para quem gosta de um narrativa ágil, cheia de surpresas e bem divertida, recomendo a sua leitura. Não pense que vai ler algo tão bem escrito como os livros do Mario Vargas Lhosa. Mas com certeza, vai ler algo muito revelador sobre a condição humana.

Ah, esta é Diablo Cody recebendo o Oscar pelo filme Juno.