Estão todos por aí. Os bares cheios, as boates com filas nas portas. A noite está só começando e todos preparados para “se dar bem”. Queremos um encontro pelo menos. Queremos outros lábios, outra saliva. Estamos cansados da nossa. Elas passam as mãos nos cabelos enquanto eles estufam os peitos quando pisam em qualquer recinto. Elas pedem uma caipirinha de vodca com adoçante e tomam com canudinho. Eles pedem uma cerveja e ficam encostados nas paredes analisando uma por uma. Registram todas, fazem uma seleção prévia e saem para o ataque. Elas ficam “na delas”. Esperam ser abordadas. As que os abordam os assustam. “Elas estão roubando nosso papel”, diria um menos favorecido de raciocínio. Uma cantada super original é esperada. Se for uma muito cafona, ela diz o famoso “mas”. “A cantada foi cafona, admito, mas ele é tão charmoso”. O papo rola. Uma outra caipirinha e outra cerveja são pedidas. Se ele for ao bar e voltar com a bebida dela na mão, ela acha ele gentil. Acorda garota, ele faz isso pra facilitar seu único e legítimo interesse: te pegar. Ele sabe que você vai pensar que ele é uma graça. Eles já desenvolveram suas técnicas. Vai fazer o inverso pra ver se ele gosta. No fundo, no fundo, as mulheres querem que eles paguem pelos seus porres. Estou errado? Beijos, beijos e risadas. A noite vai acabando, os corpos cansados vão pedindo por descanso. Os que ainda têm forças, trepam. Outros trocam telefones. Amanhã é um novo dia. Tudo começa de novo. A garota de ontem e o rapaz de ontem ficaram no passado.
A noite é sempre noite para héteros, gays, bissexuais. É quase sempre tudo muito igual.
14 de abr. de 2009
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