Dezembro chegou, Natal também. Há pouco tempo o horário de verão começou.
Daí eu pergunto: Se o horário de verão serve pra economizar energia, porque as pessoas colocam luzes de Natal em todos os cantos da casa?
2 de dez. de 2009
13 de out. de 2009
Anticristo
Feriadão em Sampa é sempre assim, cheiro de sala de cinema no ar. Filas não tão longas e aproveitar aquele filme que está prestes a sair de cartaz. Fomos assistir ao último filme de Lars Von Trier, o mesmop de Dogville, Cantando no Escuro, enfim, um dos malucos que um dia fundaram o Dogma 95, se bem me lembro. A cena que abre o filme é impressionante. Dura, lírica, bela e triste. O filme é uma viagem, e tenho que admitir que saí da sala de projeção meio "lost". Mas assistir a primeira cena é um excelente exercício visual e auditivo.
30 de jul. de 2009
Meu Lugar No Céu
Depois de relaxar por outros ares, voltei para Terra Brasilis e assistindo o noticiário sobre Presidente, Senadores, caso Sarney entre outras pataquadas de nosso Brasil, me lembrei deste texto que havia escrito num passado não muito distante.
Anderson era um rapaz simples. Foi criado pela mãe. O pai havia sido assassinado antes de seu nascimento. Mãe e filho eram moradores de uma favela numerosa de São Paulo. Dona Francisca e seu filho passaram por muitas provações ao longo dos anos. O garoto tina gana em estudar, mas a escola mal tinha aulas. Ele queria trabalhar, mas a falta de conhecimento o impedia de conseguir um trabalho digno. Num dia de quase desespero, onde a fome imperava, o frio cortava sua pele, a falta de expectativa batia a sua porta, Anderson estava caminhando pelas ruas de seu bairro quando ouviu uma manifestação que vinha de um galpão. Curioso, esticou o pescoço e olhou para dentro. Uma dezena de rapazes, provavelmente de sua idade, ouviam um senhor que tinha controle sobre as palavras. Alguém de dentro do galpão acenou para que ele entrasse. Anderson nunca foi muito adepto a cultos, mesmo tendo como obrigação acompanhar a mãe semanalmente nos cultos de uma igreja caça níquel, mas um ímpeto o fez entrar. Na verdade, ele acreditava em Deus, e confiava piamente que este último um dia os ajudaria a sair daquela difícil vida.
Hoje, Dona Francisca está ao seu lado, e eles estão elegantemente trajados, na medida do possível. Estão no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Dona Francisca nunca ouvira falar naquele país em que o filho passaria exatos quatro meses. Afeganistão. Quando a hora do embarque chegou, Anderson emocionado, beijou sua mãe. Mais dois rapazes que ele conhecera no culto eram seus companheiros de viagem.
O tempo até que passou com alguma rapidez. Quatro meses passaram e os rapazes já estavam de volta. Aproximadamente um mês após o retorno, Anderson contou a Dona Francisca que iria para Brasília. O senhor que era hábil com os vocábulos lhe pediu que fizesse um serviço no Distrito Federal. Dona Francisca enfim, respirou aliviada, acreditando que seu filho encontrara rumo na vida.
Surpresos ficaram todos os vizinhos de Anderson quando ligaram seus aparelhos de televisão e viram a cena que estarrecia a nação. O Congresso Nacional destruído, não havia ficado tijolo em pé para se contar a história. O jornal, em edição especial, dizia não oficialmente, que duzentos parlamentares estavam no recinto no momento da explosão. ´Ninguém havia sobrevivido ao ataque. Não se sabia o que havia acontecido. Dois dias após ao ataque, aquele senhor, o sábio com as palavras, era preso no galpão em que Anderson havia entrado seis meses atrás.
Seu Fernando era um empresário aposentado muito descontente com a situação do país. Tivera a idéia de matar os parlamentares, mas não havia encontrado coragem. Daí a idéia de aliciar jovens sem expectativas, sem esperança e manda-luz aos campos de treinamento da Al-Quaeda. A Anderson, seu Fernando havia prometido um lugar no céu. O jovem, ingenuamente, acreditou na oferta e se explodiu no meio do Congresso Nacional.
Hoje, as viúvas de tais distintos parlamentares criaram uma ocupação para que encontrassem forças para continuar a vida sem depender do erário público. Elas próprias trabalham, ilegalmente, em uma rede de prostituição no Distrito Federal que atende os novos deputados, senadores e ministros que serão explodidos por um dos colegas de Anderson.
Anderson era um rapaz simples. Foi criado pela mãe. O pai havia sido assassinado antes de seu nascimento. Mãe e filho eram moradores de uma favela numerosa de São Paulo. Dona Francisca e seu filho passaram por muitas provações ao longo dos anos. O garoto tina gana em estudar, mas a escola mal tinha aulas. Ele queria trabalhar, mas a falta de conhecimento o impedia de conseguir um trabalho digno. Num dia de quase desespero, onde a fome imperava, o frio cortava sua pele, a falta de expectativa batia a sua porta, Anderson estava caminhando pelas ruas de seu bairro quando ouviu uma manifestação que vinha de um galpão. Curioso, esticou o pescoço e olhou para dentro. Uma dezena de rapazes, provavelmente de sua idade, ouviam um senhor que tinha controle sobre as palavras. Alguém de dentro do galpão acenou para que ele entrasse. Anderson nunca foi muito adepto a cultos, mesmo tendo como obrigação acompanhar a mãe semanalmente nos cultos de uma igreja caça níquel, mas um ímpeto o fez entrar. Na verdade, ele acreditava em Deus, e confiava piamente que este último um dia os ajudaria a sair daquela difícil vida.
Hoje, Dona Francisca está ao seu lado, e eles estão elegantemente trajados, na medida do possível. Estão no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Dona Francisca nunca ouvira falar naquele país em que o filho passaria exatos quatro meses. Afeganistão. Quando a hora do embarque chegou, Anderson emocionado, beijou sua mãe. Mais dois rapazes que ele conhecera no culto eram seus companheiros de viagem.
O tempo até que passou com alguma rapidez. Quatro meses passaram e os rapazes já estavam de volta. Aproximadamente um mês após o retorno, Anderson contou a Dona Francisca que iria para Brasília. O senhor que era hábil com os vocábulos lhe pediu que fizesse um serviço no Distrito Federal. Dona Francisca enfim, respirou aliviada, acreditando que seu filho encontrara rumo na vida.
Surpresos ficaram todos os vizinhos de Anderson quando ligaram seus aparelhos de televisão e viram a cena que estarrecia a nação. O Congresso Nacional destruído, não havia ficado tijolo em pé para se contar a história. O jornal, em edição especial, dizia não oficialmente, que duzentos parlamentares estavam no recinto no momento da explosão. ´Ninguém havia sobrevivido ao ataque. Não se sabia o que havia acontecido. Dois dias após ao ataque, aquele senhor, o sábio com as palavras, era preso no galpão em que Anderson havia entrado seis meses atrás.
Seu Fernando era um empresário aposentado muito descontente com a situação do país. Tivera a idéia de matar os parlamentares, mas não havia encontrado coragem. Daí a idéia de aliciar jovens sem expectativas, sem esperança e manda-luz aos campos de treinamento da Al-Quaeda. A Anderson, seu Fernando havia prometido um lugar no céu. O jovem, ingenuamente, acreditou na oferta e se explodiu no meio do Congresso Nacional.
Hoje, as viúvas de tais distintos parlamentares criaram uma ocupação para que encontrassem forças para continuar a vida sem depender do erário público. Elas próprias trabalham, ilegalmente, em uma rede de prostituição no Distrito Federal que atende os novos deputados, senadores e ministros que serão explodidos por um dos colegas de Anderson.
29 de jun. de 2009
Férias!!!!!!!!
Sei que ultimamente estou bem relapso com este blog, mas estava na correria de preparar minha viagem de férias. Por isso, voltarei a postar novos textos, pensamentos, entre outras coisas a partir de 20 de Julho que é quando volto das minhas merecidas férias.
Beijos, e esperem por mim.
Se Deus Quiser e o avião não cair.
Beijos, e esperem por mim.
Se Deus Quiser e o avião não cair.
14 de jun. de 2009
Quero
Querer é natural
Querer não precisa ter guia
Querer é mais
Querer é seu
Querer é nosso
Querer é não saber
E saber porque?
Quero porque quero
Quero porque necessito
Quero porque tenho vontade
Vontade de não sei do que
Quero por querer
Querer não precisa ter guia
Querer é mais
Querer é seu
Querer é nosso
Querer é não saber
E saber porque?
Quero porque quero
Quero porque necessito
Quero porque tenho vontade
Vontade de não sei do que
Quero por querer
Cocoon
Era uma típica tarde na cidade de São Paulo. Lá estava eu no meio do congestionamento quando olhei pelo espelho retrovisor e me deparei com a imagem de uma senhorinha de uns oitenta anos que dirigia o carro que vinha atrás de mim. Na hora fiquei surpreso e logo em seguida fiquei pensando se eu um dia também estarei dirigindo pelas ruas de minha cidade. Sempre fel fã do filme Cocoon, onde velhinhos estavam em um hotel, ou casa de repouso, não me lembro bem, e se banhavam nas águas de uma piscina e sem muita explicação ficavam revigorados e a partir daquele momento viviam suas vidas como se tivessem 20 anos. Sempre disse a mim mesmo que quero ser um velhinho Cocoon. Nada de ficar entregue dentro de casa, vendo o tempo passar. Espero que quando estiver velho ainda existam boates onde senhores não mais tão jovens possam mexer seus esqueletos sem muita preocupação. O prazer de dançar por dançar. O prazer de paquerar por paquerar. Se um beijo rolar, por que não? Seremos velhos, mas espero que a velhice não apague da minha memória os prazeres mundanos que tanto gostamos. Quem viver verá, e eu também...
8 de jun. de 2009
Parada Gay
Estamos iniciando a semana da Parada Gay de São Paulo. Mais uma vez, alguns amigos perguntaram se eu estaria na Avenida Paulista no Domingo. E a resposta que dei foi que não. Ainda tenho minhas reservas com a Parada Gay. Não sei se somos retratados com o devido cuidado pela mídia. Sempre que uma Parada acaba, o que vemos nas capas de jornais são fotos de Drag Queens, Travestis e homens de sunga e coturno. Vou ficar de olho este ano para ver se alguma coisa muda neste aspecto. Não que estes últimos não façam parte do cenário Gay, muito pelo contrário. Mas não resumem a todos. Tenho a impressão de que no geral a sociedade não é capaz de diferenciar os vários tipos de homossexuais que existem, e daí acham que todos são iguais aos que estampam as capas de jornais. Quantas vezes fui perguntado se em boates gay os homens ficam se “pegando” como se estivessem fazendo parte de uma grande orgia. Se todo mundo fica com todo mundo? Se a música que toca é YMCA e IT’S RAINING MAN? Tenho sorte de ter amigos e familiares que me acolhem de forma carinhosa e respeitosa. Também tenho certeza de que eles não me confundiriam com pessoas de outras tribos, mas não acho que eles sejam regra. Por essas e mais outras, acho que não vou dar uma passada na Paulista no Domingo.
26 de mai. de 2009
24 Horas
No período de 24 horas recebi duas notícias, opostas por sinal. A mãe de uma amiga havia falecido e uma aluna me comunicou que vai ser mãe. Parei para pensar. Pensar na vida e também na morte. Duas famílias que sentiram emoções opostas. Sorrisos e lágrimas. Lágrimas e dor. Emoção, a mais pura emoção. Será que para que este novo bebê nascer teria que alguém partir? Será que a vida de um depende da morte de um outro? Como se fosse matemática? Mais um, menos um? Só sei que enquanto uns não mais terão a oportunidade de conversar com seu ente amado, não assim com palavras, mas com certeza por meio de suas lembranças e corações, outros estarão ansiosos para ouvir a primeira palavra. Será “papai” ou “mamãe”?
Mas a vida continua, uns com as incertezas e medos próprios aos que geram outra vida, e outros se adaptando e aprendendo a administrar sua própria dor. Nada como um dia após o outro.
Mas a vida continua, uns com as incertezas e medos próprios aos que geram outra vida, e outros se adaptando e aprendendo a administrar sua própria dor. Nada como um dia após o outro.
22 de mai. de 2009
No Meio da Multidão!!!!
A data ao certo, não sei. Só me lembro de estar no Rio de Janeiro com amigos. Preparávamos para mais uma maratona musical. Horas e mais horas de música, ônibus lotado, muito pó (aquele que sai da terra, para ser bem claro), e umas latas de cerveja. Naquela época, isqueiros eram acesos ao invés dos celulares. Era mais jovem, era mais aventureiro, talvez. Me lembro muito bem do Michael Stipes entrando no palco com um copo de caipirinha na mão e gritou: "Brasil, we've made it". A partir daí, a lembrança de um dos melhores shows de rock que assistí até hoje. Ladies and gentlemen, REM.
20 de mai. de 2009
Leitura!!!!!!
Semana passada, enquanto esperava o início da peça A Alma Imoral no teatro Eva Hertz, que fica dentro da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, me deparei com o livro do psicanalista Jorge Forbes que se chamava "VOCÊ QUER O QUE DESEJA?". Fiquei doido para comprá-lo. Com um exemplar em mãos, exatamente uma semana depois, começarei a devorá-lo. Se vou descobrir se o que eu quero é exatamente o que desejo, não tenho a mínima idéia. Só dá aquele medinho de atrapalhar mais a cabeça e ter que ligar para a minha pscanalista e agendar uma consulta de emergência. Se eu chegar a alguma conclusão, juro que colocarei meus achados aqui para compartilhar com vocês.
É só começar e rezar pra não pirar!!!!!!!!!
É só começar e rezar pra não pirar!!!!!!!!!
17 de mai. de 2009
Macy Gray - I Try
Estava escolhendo um Cd para ouvir no carro e me deparei com o promeiro Cd da cantora Macy Gray. Me lembro de quando fui ao Show com um amigo, ainda era o Free Jazz festival. A maluca deitou no palco e cantou uma música inteira deitada no chão.
A arena estava lotada, a música era muito boa, o público era diferente e estiloso. Como é bom ter a oportunidade de ver ao vivo aqueles que te tocam de alguma forma.
A arena estava lotada, a música era muito boa, o público era diferente e estiloso. Como é bom ter a oportunidade de ver ao vivo aqueles que te tocam de alguma forma.
13 de mai. de 2009
O Antiquário
Os carros estavam literalmente parados por toda extensão da Avenida Paulista. Era um dia de verão tão quente que pedaços de corpos eram mostrados sem o menor pudor. Garotas de blusas de alcinha e mini saias que mais pareciam com uniforme escolar.
Camila era mais uma vestida assim. Mulher bem formada, como diriam os pedreiros de um empreiteira que construíam um novo edifício no coração financeiro de São Paulo, andava faceira por suas calçadas. A saia era curta, muito curta para o olhar repreensor de seu Jairo, pai de Camila. A blusa bem colada ao corpo, delineava belas curvas para uma mulher que passava dos trinta anos.
Camila sabia que os homens lhe falariam algumas obscenidades, mas ela fingia-se de surda. Quando os galanteios, que por muitas vezes eram puras frases grosseiras, eram proferidos, Camila fazia cara feia e continuava a andar, não dando atenção, mas lá, bem lá no fundinho de seu ser, quanto mais rude a cantada, mais ela gostava.
Na direção contrária, Camila viu um rapaz mais jovem que vestia bermudas camufladas e camiseta regata. Seu corpo musculoso chamou sua atenção. Quando os dois se cruzaram, Camila percebeu que o rapaz havia se virado para olhá-la. Ela sabia do que sua bunda era capaz. Fazendo cara de ingênua, ela olhou para trás e viu Junior olhando em sua direção. Acalmou o passo e seguiu em frente.
Segundos após, sentiu que alguém andava ao seu lado, seguindo seu ritmo. Era ele. Junior havia dado meia volta e a perseguia no meio de tantas pessoas. Ele a abordou e perguntou para onde ela estava indo. Ela lhe disse que iria encontrar uma amiga para almoçar. Ele a convidou para tomar um suco, que seria coisa rápida, que não queria atrapalhá-la. Camila aceitou na hora.
A lanchonete onde pararam não era das mais limpas, mas em companhia de um corpo daqueles, Camila nem percebeu a higiene do estabelecimento. Foi que em minutos Camila ficou sabendo que Junior trabalhava num antiquário na Avenida Europa, era estudante de arquitetura e morava perto do metro Vila Mariana em um apartamento que dividia com um amigo. Ele a convidou para conhecer o antiquário e lhe deu seu telefone.
Depois de sair do banho, Camila sentou-se nua em sua cama, pegou o telefone e ligou para Junior. Combinaram de se encontrar em frente ao antiquário na manhã seguinte, pois o chefe dele não estaria no trabalho pela manhã. Ele disse à Camila que o chefe era um gay chato, que implicava com tudo e com todos, e por isso achava melhor que ela o visitasse quando ele não estivesse por lá.
Mal Camila tocou a campainha do belo sobrado, a porte se abriu. Junior a puxou para dentro e fechou a porta rapidamente. Quando percebeu, Camila já era beijada calorosamente por Junior. Logo após a ardente troca de saliva, Junior disse que não havia dormido a noite inteira, pensando em seu corpo. A deitou em um divã, que diziam ter pertencido ao famoso psicanalista Sigmund Freud, e puxou suas calcinhas. Em frações de segundo estavam nus, corpos se entrelaçando, num exercício matinal pra lá de saudável.
Do divã para a escrivaninha francesa datada da corte de um Luis qualquer. Foi debruçada aquele móvel de madeira que Camila sentiu o grosso falo de Junior penetrar em seu ânus. Em frente a um belíssimo espelho veneziano, Junior se deleitava ao sentir, e ao olhar, os carnudos lábios de Camila engolirem seu pênis. Junior não negava a raça masculina. Sexo bom para qualquer homem havia de ter um espelho por perto. O sexo masculino era, é e sempre será muito visual, e que as mulheres entendam isso.
Depois de meia hora de troca de fluidos, Camila se encostou em um sofá, completamente exausta. Se recompôs e foi embora. O chefe estava para chegar. Foram vários outros encontros na loja. A cada dia testavam novas posições em novos pedaços de mobília. Quase que todos os móveis foram palco para aqueles belos exercícios sexuais.
Um amigo de Camila a havia convidado para seu aniversário.Gay assumido, João se encontraria com amigos numa boate GLS e Camila iria com eles. Ao entrar na boate, Camila se deparou com um homem que estava de costas para ela, que se parecia em muito com Junior. Para sua surpresa, não é que era ele mesmo.
Junior estava abraçado com um homem baixo, meio gordinho, e este lhe acariciava suas costas. Camila discretamente perguntou ao amigo se ele já havia visto aquele rapaz em algum lugar. Ela quase desmaiou ao saber que Junior era um garoto de programa que já havia saído com boa parte de seus amigos.
Nem é necessário dizer que Camila nunca mais ligou para Junior, e consequentemente perdeu as esperanças nos homens.
Camila era mais uma vestida assim. Mulher bem formada, como diriam os pedreiros de um empreiteira que construíam um novo edifício no coração financeiro de São Paulo, andava faceira por suas calçadas. A saia era curta, muito curta para o olhar repreensor de seu Jairo, pai de Camila. A blusa bem colada ao corpo, delineava belas curvas para uma mulher que passava dos trinta anos.
Camila sabia que os homens lhe falariam algumas obscenidades, mas ela fingia-se de surda. Quando os galanteios, que por muitas vezes eram puras frases grosseiras, eram proferidos, Camila fazia cara feia e continuava a andar, não dando atenção, mas lá, bem lá no fundinho de seu ser, quanto mais rude a cantada, mais ela gostava.
Na direção contrária, Camila viu um rapaz mais jovem que vestia bermudas camufladas e camiseta regata. Seu corpo musculoso chamou sua atenção. Quando os dois se cruzaram, Camila percebeu que o rapaz havia se virado para olhá-la. Ela sabia do que sua bunda era capaz. Fazendo cara de ingênua, ela olhou para trás e viu Junior olhando em sua direção. Acalmou o passo e seguiu em frente.
Segundos após, sentiu que alguém andava ao seu lado, seguindo seu ritmo. Era ele. Junior havia dado meia volta e a perseguia no meio de tantas pessoas. Ele a abordou e perguntou para onde ela estava indo. Ela lhe disse que iria encontrar uma amiga para almoçar. Ele a convidou para tomar um suco, que seria coisa rápida, que não queria atrapalhá-la. Camila aceitou na hora.
A lanchonete onde pararam não era das mais limpas, mas em companhia de um corpo daqueles, Camila nem percebeu a higiene do estabelecimento. Foi que em minutos Camila ficou sabendo que Junior trabalhava num antiquário na Avenida Europa, era estudante de arquitetura e morava perto do metro Vila Mariana em um apartamento que dividia com um amigo. Ele a convidou para conhecer o antiquário e lhe deu seu telefone.
Depois de sair do banho, Camila sentou-se nua em sua cama, pegou o telefone e ligou para Junior. Combinaram de se encontrar em frente ao antiquário na manhã seguinte, pois o chefe dele não estaria no trabalho pela manhã. Ele disse à Camila que o chefe era um gay chato, que implicava com tudo e com todos, e por isso achava melhor que ela o visitasse quando ele não estivesse por lá.
Mal Camila tocou a campainha do belo sobrado, a porte se abriu. Junior a puxou para dentro e fechou a porta rapidamente. Quando percebeu, Camila já era beijada calorosamente por Junior. Logo após a ardente troca de saliva, Junior disse que não havia dormido a noite inteira, pensando em seu corpo. A deitou em um divã, que diziam ter pertencido ao famoso psicanalista Sigmund Freud, e puxou suas calcinhas. Em frações de segundo estavam nus, corpos se entrelaçando, num exercício matinal pra lá de saudável.
Do divã para a escrivaninha francesa datada da corte de um Luis qualquer. Foi debruçada aquele móvel de madeira que Camila sentiu o grosso falo de Junior penetrar em seu ânus. Em frente a um belíssimo espelho veneziano, Junior se deleitava ao sentir, e ao olhar, os carnudos lábios de Camila engolirem seu pênis. Junior não negava a raça masculina. Sexo bom para qualquer homem havia de ter um espelho por perto. O sexo masculino era, é e sempre será muito visual, e que as mulheres entendam isso.
Depois de meia hora de troca de fluidos, Camila se encostou em um sofá, completamente exausta. Se recompôs e foi embora. O chefe estava para chegar. Foram vários outros encontros na loja. A cada dia testavam novas posições em novos pedaços de mobília. Quase que todos os móveis foram palco para aqueles belos exercícios sexuais.
Um amigo de Camila a havia convidado para seu aniversário.Gay assumido, João se encontraria com amigos numa boate GLS e Camila iria com eles. Ao entrar na boate, Camila se deparou com um homem que estava de costas para ela, que se parecia em muito com Junior. Para sua surpresa, não é que era ele mesmo.
Junior estava abraçado com um homem baixo, meio gordinho, e este lhe acariciava suas costas. Camila discretamente perguntou ao amigo se ele já havia visto aquele rapaz em algum lugar. Ela quase desmaiou ao saber que Junior era um garoto de programa que já havia saído com boa parte de seus amigos.
Nem é necessário dizer que Camila nunca mais ligou para Junior, e consequentemente perdeu as esperanças nos homens.
10 de mai. de 2009
Millôr Sempre Millôr
GENÉTICA - a genética geralmente impede que o filho do rico seja pobre.
GÊNIO - escritor, para ser genial, não precisa ter muitas idéias: basta que sejam incompreensíveis.
BONDADE - Pode ser engano, mas, pela situação do mundo, parece que o leite da bondade humana azedou de vez.
IDÉIA - a nobreza de uma idéia não tem nada a ver com o canalha que a exprime.
MERCHANDISING - Cristo voltou. Só não ficou porque não encontrou patrocinador.
PINTURA - a pintura abstrata é uma coisa sem pé nem cabeça.
VERDADE - a verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras.
GÊNIO - escritor, para ser genial, não precisa ter muitas idéias: basta que sejam incompreensíveis.
BONDADE - Pode ser engano, mas, pela situação do mundo, parece que o leite da bondade humana azedou de vez.
IDÉIA - a nobreza de uma idéia não tem nada a ver com o canalha que a exprime.
MERCHANDISING - Cristo voltou. Só não ficou porque não encontrou patrocinador.
PINTURA - a pintura abstrata é uma coisa sem pé nem cabeça.
VERDADE - a verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras.
3 de mai. de 2009
My Immortal
O Rogério gravou um Cd para ouvirmos na chácara. Entre tantas músicas, estava esta. Evanescence - My Immortal. O clipe é demais, preto e branco, a voz é muito boa e um dos versos que mais gosto. "There's just too much that time can not erase". Pode até ser piegas, mas é o que acho. Vai fazer o que?
I'm so tired of being here, suppressed by all my childish fears
And if you have to leave, I wish that you would just leave
Your presence still lingers here and it won't leave me alone
These wounds won't seem to heal, this pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me
You used to captivate me by your resonating light
Now, I'm bound by the life you left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
These wounds won't seem to heal, this pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me
I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me, I've been alone all along
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me, me, me
I'm so tired of being here, suppressed by all my childish fears
And if you have to leave, I wish that you would just leave
Your presence still lingers here and it won't leave me alone
These wounds won't seem to heal, this pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me
You used to captivate me by your resonating light
Now, I'm bound by the life you left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
These wounds won't seem to heal, this pain is just too real
There's just too much that time cannot erase
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me
I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me, I've been alone all along
When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me, me, me
De Mãos Dadas
Outro dia estava conversando com uma amiga quando um casal de velhinhos passou em nossa frente e estavam de mãos dadas. “Olha que bonitinho” - foi o que minha amiga disse no exato momento que viu a cena.
Para mim aquela cena era normal. Fiquei pensando no porque. Quarenta e sete anos se passaram desde aquele encontro. Ele estava trajando terno e ela um vestido branco. Disseram SIM em frente aos amigos e parentes. Começaram uma vida a dois. Passaram por várias dificuldades, financeiras e emocionais. Sempre um ao lado do outro. Construíram uma história, educaram filhos, riram juntos, discutiram outras vezes. Quiseram acertar. Provavelmente erraram algumas. Tiveram vontade de trancar a porta para nunca mais voltar. Tiveram a felicidade de saber que um esperava pelo outro no final de mais um dia normal.
Quarenta e sete anos. Ainda hoje andam de mãos dadas. Celebração ao amor. Celebração à vida. Parabéns ao meu pai e minha mãe.
Para mim aquela cena era normal. Fiquei pensando no porque. Quarenta e sete anos se passaram desde aquele encontro. Ele estava trajando terno e ela um vestido branco. Disseram SIM em frente aos amigos e parentes. Começaram uma vida a dois. Passaram por várias dificuldades, financeiras e emocionais. Sempre um ao lado do outro. Construíram uma história, educaram filhos, riram juntos, discutiram outras vezes. Quiseram acertar. Provavelmente erraram algumas. Tiveram vontade de trancar a porta para nunca mais voltar. Tiveram a felicidade de saber que um esperava pelo outro no final de mais um dia normal.
Quarenta e sete anos. Ainda hoje andam de mãos dadas. Celebração ao amor. Celebração à vida. Parabéns ao meu pai e minha mãe.
24 de abr. de 2009
Citação 07
"Um marido surdo e uma mulher cega são sempre um casal feliz"
Harold Thompson
Esta frase de Harold Thompson é de 1939. Será que depois de 70 anos alguma coisa mudou?
Harold Thompson
Esta frase de Harold Thompson é de 1939. Será que depois de 70 anos alguma coisa mudou?
Hedonismo
No Aurélio: Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida.
Então, se é isto que hedonismo significa:
Quero tomar um banho de cores. Quero ficar estático em frente a telas cobertas de tinta. Tantas cores que me cansam de contá-las.
Quero ficar fatigado de dós, mis e sis. O simples fato de ficar imerso em sons. Uma voz, um rádio, uma melodia. Philip Glass, Macy Gray, ou talvez a voz da vez.
Quero recostar na cama e sentir entre meus dedos o peso de um livro. Letras e mais letras. Letras finitas que contam histórias infinitas.
Quero entrar na sala escura e esperar para ver os movimentos na tela. Filmes, atores e atrizes, outros mundos, mundos risíveis ou atrozes. Mundos reais ou utópicos.
Quero poder parar. Parar para olhar. Parar para ver. Parar para ouvir. Parar até o momento que eu consiga parar de pensar.
texto - André Ranzatti
Então, se é isto que hedonismo significa:
Quero tomar um banho de cores. Quero ficar estático em frente a telas cobertas de tinta. Tantas cores que me cansam de contá-las.
Quero ficar fatigado de dós, mis e sis. O simples fato de ficar imerso em sons. Uma voz, um rádio, uma melodia. Philip Glass, Macy Gray, ou talvez a voz da vez.
Quero recostar na cama e sentir entre meus dedos o peso de um livro. Letras e mais letras. Letras finitas que contam histórias infinitas.
Quero entrar na sala escura e esperar para ver os movimentos na tela. Filmes, atores e atrizes, outros mundos, mundos risíveis ou atrozes. Mundos reais ou utópicos.
Quero poder parar. Parar para olhar. Parar para ver. Parar para ouvir. Parar até o momento que eu consiga parar de pensar.
texto - André Ranzatti
21 de abr. de 2009
Fragmentos
Inicio hoje a "postar" textos ou fragmentos de textos que de alguma maneira me dizem algo a mais. Pode ser a simplicidade, pode ser a métrica, ou algo que não saberia explicar. decidi começar com um trecho do meu livro AMORES NO MASCULINO onde tentei falar sobre o cenário gay. Me lembro bem quando parei para reler o que havia escrito e tive uma boa sensação. Pela primeira vez senti que tinha realmente gostado daquilo que uma velha caneta tinha deixado marcado em linhas brancas de um caderno qualquer.
" Chegamos ao lugar, que parecia estar vazio. Achamos que era por causa da hora. Só uma da manhã. As baladas começam a encher depois das duas horas. Para mim, um pouco cansativo. Tudo muito tarde. Sessão vampiro. Parece que temos que nos esconder da sociedade para sermos realmente quem somos. Quanto mais tarde melhor, pois os olhos puritanos e cristãos se encontram fechados, e não são capazes de jogar seu repúdio sobre nós, conhecidos, superficialmente por muitos, como pecadores e pervertidos."
" Chegamos ao lugar, que parecia estar vazio. Achamos que era por causa da hora. Só uma da manhã. As baladas começam a encher depois das duas horas. Para mim, um pouco cansativo. Tudo muito tarde. Sessão vampiro. Parece que temos que nos esconder da sociedade para sermos realmente quem somos. Quanto mais tarde melhor, pois os olhos puritanos e cristãos se encontram fechados, e não são capazes de jogar seu repúdio sobre nós, conhecidos, superficialmente por muitos, como pecadores e pervertidos."
14 de abr. de 2009
Noite
Estão todos por aí. Os bares cheios, as boates com filas nas portas. A noite está só começando e todos preparados para “se dar bem”. Queremos um encontro pelo menos. Queremos outros lábios, outra saliva. Estamos cansados da nossa. Elas passam as mãos nos cabelos enquanto eles estufam os peitos quando pisam em qualquer recinto. Elas pedem uma caipirinha de vodca com adoçante e tomam com canudinho. Eles pedem uma cerveja e ficam encostados nas paredes analisando uma por uma. Registram todas, fazem uma seleção prévia e saem para o ataque. Elas ficam “na delas”. Esperam ser abordadas. As que os abordam os assustam. “Elas estão roubando nosso papel”, diria um menos favorecido de raciocínio. Uma cantada super original é esperada. Se for uma muito cafona, ela diz o famoso “mas”. “A cantada foi cafona, admito, mas ele é tão charmoso”. O papo rola. Uma outra caipirinha e outra cerveja são pedidas. Se ele for ao bar e voltar com a bebida dela na mão, ela acha ele gentil. Acorda garota, ele faz isso pra facilitar seu único e legítimo interesse: te pegar. Ele sabe que você vai pensar que ele é uma graça. Eles já desenvolveram suas técnicas. Vai fazer o inverso pra ver se ele gosta. No fundo, no fundo, as mulheres querem que eles paguem pelos seus porres. Estou errado? Beijos, beijos e risadas. A noite vai acabando, os corpos cansados vão pedindo por descanso. Os que ainda têm forças, trepam. Outros trocam telefones. Amanhã é um novo dia. Tudo começa de novo. A garota de ontem e o rapaz de ontem ficaram no passado.
A noite é sempre noite para héteros, gays, bissexuais. É quase sempre tudo muito igual.
A noite é sempre noite para héteros, gays, bissexuais. É quase sempre tudo muito igual.
12 de abr. de 2009
O Melhor
O que é melhor: saber que tenho alguém para ouvir meus demônios, ou meus gemidos?
O que é melhor: saborear o abraço de um amigo antigo ou a pele de um desconhecido?
O que é melhor: levar um beijo antes de dormir ou trocar fluídos com alguém que nem vou saber o nome?
O que é melhor: dividir um cálice com quem se ama ou um cálice com um estranho?
O que é melhor: lembrar de um amor verdadeiro ou não ter amor para lembrar?
O que é melhor: assistir um filme de mãos dadas ou com a mão cheia de pipocas?
O que é melhor: saber que alguém te ama ou ficar na fissura de amar alguém?
O que é melhor? O melhor cabe a nós mesmos.
texto - André Ranzatti
O que é melhor: saborear o abraço de um amigo antigo ou a pele de um desconhecido?
O que é melhor: levar um beijo antes de dormir ou trocar fluídos com alguém que nem vou saber o nome?
O que é melhor: dividir um cálice com quem se ama ou um cálice com um estranho?
O que é melhor: lembrar de um amor verdadeiro ou não ter amor para lembrar?
O que é melhor: assistir um filme de mãos dadas ou com a mão cheia de pipocas?
O que é melhor: saber que alguém te ama ou ficar na fissura de amar alguém?
O que é melhor? O melhor cabe a nós mesmos.
texto - André Ranzatti
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